terça-feira, 14 de julho de 2020

Eu não escrevo mais.

Quando eu era criança costumava escrever sobre tudo. Achei que seria escritora. Meu primeiro livro seria sobre um cachorrinho que nunca tive.

Eu não lembro muito bem das histórias que eu criava, mas eu lembro que eu as escrevia do jeito que eu quisesse. Acho que não me importava se alguém iria ler. E me importava menos ainda se alguém chegasse a ler porque eu simplesmente escrevia... sem estar presa a regras, a normas e a avaliações.

Talvez crianças sejam todas escritoras que com o tempo o deixam de ser porque ficam cansadas de tanta satisfação que precisam dar.

Acontece que mesmo não escrevendo mais, meus pensamentos de criança escritora continuam e, às vezes, até parecem ter a solução para todos os problemas do mundo. Então, resolvi começar a registrá-los, para ver se cobro um pouco menos de mim.

Mas, enquanto adulta que sou, ainda me sinto forçada a explicar para sei lá quem que eu não estou nem aí para as avaliações sobre o que ou como escrevo. 

Estou me permitindo finalmente escrever.

Não quero que ninguém mais me impeça também.


Eu escreverei mais.